AÇÃO 1.5: Conduta nos supermercados
Uma última apimentada no dia do trabalhador regular, para fazê-lo refletir sobre a impossibilidade ontológica da calma: onde termina a jornada laboral, começa a doméstica. Novos imbróglios, novos desafios. Sempre uma nova oportunidade para expandir a paciência.
Instruções:
1. Analisar o estado geral do estabelecimento: vigilantes, funcionários das diferentes áreas, distribuidores em seus kiosquezinhos de lombo suíno fumegante ou de café latte hiper edulcorado. É muito importante, também, identificar as saídas, as câmeras de segurança, os acessos ao estacionamento, sanitários e demais caminhos de fuga existentes.
2. Fazer reconhecimento de alvos potenciais. Dar preferência aos clientes que deixam estacionados seus carinhos e, à procura de outros produtos, deixam o mesmo momentaneamente abandonado enquanto se aventuram a caminhar um mínimo de cinco metros.
3. Escolher o alvo. Difícil decisão que exige do vilão um certo malabarismo entre os dados objetivos obtidos no passo 1 e as infinitas possibilidades do acaso.
4. Esperar que o alvo esteja com o carrinho cheio. OBS: se o alvo escolhido der sinais de estar terminando a compra e ainda não ter mais de 15 produtos, descartá-lo e escolher novo alvo. Defendemos o impacto menor, não o inexistente.
5. Esperar a pessoa se distrair e roubar o carrinho dela. O melhor lugar para executar o assalto é na seção de vegetais e frutas, por ser aquela de maiores complicações para transitar e onde os clientes tendem a se concentrar mais na escolha do produto.
6. Se afastar com a pilhagem, deixá-la em outro ponto do mercado. Se possível, e para ampliar o impacto da ação para além do alvo, deixar cada um dos produtos escolhidos pelo alvo em prateleiras aleatórias do mercado, sempre tomando cuidado de que o lugar de origem do produto se encontre, no mínimo, a quatro corredores de distância do lugar em que está sendo depositado.
7. Sair do estabelecimento com o peito inchado de orgulho pelo honorável desempenho.