Me tira pra dançar
Eu tenho um sambinha para chamar de meu. Escrevi com Tiago Iorc a letra de “Me tira pra dançar”, do álbum “Reconstrução”, 2019. Depois, no Acústico MTV do Tiago, quando Jorge Drexler — um dos meus favoritos do mundo mundial — foi convidado para participar, ele escolheu essa música e eu ainda não estou acreditando.
(Calma, ya les traduzco)
Ya puedo decir que hice un samba. Escribí con Tiago Iorc la letra de “Me tira pra dançar” (Sácame a bailar), del álbum “Reconstrução” (Reconstrucción), 2019. Después, en el MTV Unplugged de Tiago, cuando Jorge Drexler — uno de mis favoritos en la bolita del mundo — fue invitado a participar, él escogió esa canción y yo todavía no lo puedo creer.
Projeto Invasores
Fotografias de Rafael Trindade – Intervenções literárias de María Elena Morán





- Dom Quixote morreu de tristeza: Jesus Cristo não volta nem a pau.
- Uma flor / nem sempre é só uma flor / inofensiva na mesa da sala / uma flor / quando próxima das minhas narinas / quando notícia em meu sistema límbico / é flor caixão flor desastre flor adeus / uma flor / me alfabetizou na dor.
- Por motivo de fechamento e fuga / temos calmarias com desconto / e compra um leva três em amor próprio / queríamos ter um selinho / “este lugar é human friendly” / mas que audacioso (que demodé) / aqui agora é pancadaria.
- Quando eu for / quando eu virar / quando eu tiver / terei chegado tarde / a mim.
- Energúmeno dia / contagiado de estilhaços / te entrego aqui meus olhos / o que sobrou deles.
A ideia
Com uma cabeça colonizada pela ficção, com frequência eu me abstraio do contexto real em que foi capturada aquela imagem e me entrego à especulação literária em cima dela. Não raro, eu encontro na fotografia ou nas imagens, de uma forma geral, o principal gatilho criativo para a minha escrita (como comento em “Entre as palavras e eu, imagens”).
Mas, se o normal é que, a partir das imagens, eu parta para a escrita, aqui o movimento é outro. O projeto surge de um desejo antigo por invadir a imagem com palavras, por fazer com que os versos cheguem como intrusos da paisagem urbana e passem a formar parte dela.
Em certa forma, foi a enxurrada de textos publicitários a que somos expostos todo dia o que me levou a pensar neste projeto. O que aconteceria se, em vez de tanto texto vazio e mercantilista, nossas ruas e nossos muros estivessem cheios de poesia? Se um dia, de repente, a praticidade do anúncio do advogado trabalhista que promete vencer a causa improvável ou a publicidade número 988.763.270.901 da companhia telefônica, fossem substituída pela palavra metafórica? Se o convite fosse ao devaneio e não ao consumo?
Partindo desse desejo, Rafael e eu fizemos uma seleção de fotografias das ruas de Porto Alegre, feitas por ele em 2017, atendendo a dois critérios básicos: que oferecessem algum espaço em que pudéssemos falsear um “grafite” com um texto meu e que, claro, me resultasse instigante, desde a mais pura arbitrariedade, como ponto de partida para a criação.
“A imagem, fim de uma história. Ficção capturada na imagem, imagem aberta só para aquilo que a partir de então se repete incansavelmente. O que é fotografar? É terminar um relato, saber como interromper, enlaçar a linguagem sobre uma história conhecida, imaginar a página poética necessária nesse momento.”
Yoon Bong Seo
Para conhecer mais sobre o projeto, visite: https://invasores19.webnode.com/
(Ahora echo el cuento en español, claro)
Proyecto Invasores
Fotografías de Rafael Trindade – Intervenciones literarias de María Elena Morán
Epa! Estas primeras intervenciones solo fueron hechas en portugués, prometo que en futuras ediciones haremos algunas en español.





- Don Quijote murió de tristeza: Jesucristo no vuelve ni a palos.
- Una flor / no sempre es apenas una flor / inofensiva en la mesa de la sala / una flor / cuando cercana a mi nariz / cuando noticia en mi sistema límbico / es flor ataúd flor desastre flor adiós / una flor / me alfabetizó en el dolor.
- Por motivo de cierre y fuga / tenemos calmas con descuento / y paga uno lleva tres en amor propio / queríamos tener un sellito / “este lugar es human friendly” / pero que audaz (que pasado de moda) / ahora aquí es tiempo de coñazos.
- Cuando yo sea / cuando yo me vuelva / cuando yo tenga / habré llegado tarde / a mí.
- Energúmeno día / contagiado de astillazos / te entrego aquí mis ojos / lo que sobró de ellos.
La idea
Con una cabeza colonizada por la ficción, a menudo me abstraigo del contexto real en el que la imagen fue capturada y me entrego a la especulación literaria sobre ella. A menudo, encuentro en la fotografía o en la imagen, en general, el principal detonante creativo de mi escritura (como comento em “Entre as palavras e eu, imagens”).
Pero si lo normal es que, con base en las imágenes, empiece a escribir, aquí el movimiento es diferente. El proyecto surge de un antiguo deseo de invadir la imagen con palabras, de hacer que los versos lleguen como intrusos al paisaje urbano y formen parte de él.
En cierto modo, fue la avalancha de textos publicitarios a los que estamos expuestos todos los días lo que me llevó a pensar en este proyecto. ¿Qué pasaría si, en lugar de tanto texto vacío y mercantilista, nuestras calles y paredes estuvieran llenas de poesía? ¿Si, un día, de repente, la practicidad del anuncio del abogado laboralista que promete ganar la causa improbable o la publicidad número 988.763.270.901 de la compañía telefónica, fueran sustituido por la palabra metafórica? ¿Si la invitación fuera a soñar despierto y no al consumo?
A partir de este deseo, Rafael y yo hicimos una selección de fotografías de las calles de Porto Alegre, realizadas por él en 2017, cumpliendo con dos criterios básicos: que ofrecieran algún espacio en el que pudiéramos simular un “graffiti” con un texto mío y que, por supuesto, me resultase instigante, desde la más pura arbitrariedad, como punto de partida para la creación.
“La imagen, el final de una historia. Ficción capturada en la imagen, imagen abierta solo para aquello que a partir de ese momento se repite incansablemente. ¿Qué es la fotografía? Es terminar un relato, saber interrumpir, saber entrelazar el lenguaje de una historia conocida, imaginar la página poética necesaria en ese momento “.
Yoon Bong Seo
Para conocer más sobre el proyecto, visita: https://invasores19.webnode.com/